Pesquisa aponta que 47% das crianças e adolescentes não têm as redes sociais verificadas pelos pais

A  9ª edição da pesquisa TIC Kids Online Brasil revela que quase metade das crianças e adolescentes no Brasil usam as redes sociais sem a verificação dos pais ou responsáveis. O levantamento também revela que o uso das redes sociais por crianças e adolescentes tem crescido nos últimos anos. Ao total, 86% dos internautas entre 9 e 17 anos usam alguma rede social, sendo que 78% estão no WhatsApp, 64% no Instagram, 60% no TikTok e 47% no Facebook. E, ainda considerando este público, 58% jogam na internet. Estes números são significativos e destacam um cenário no qual existe um uso crescente das redes sociais, mas sem o devido monitoramento dos pais ou responsáveis.

A pesquisa também evidencia a falta de noção sobre o funcionamento e riscos na internet pelas crianças. Por exemplo, os dados apontam que apenas 30% dos internautas de 9 e 10 anos se preocupam com a própria privacidade na internet. Além, disso, 45% das crianças e dos adolescentes acreditam que o primeiro resultado de uma pesquisa na internet é sempre a melhor fonte de informação. Estes são outros dados que confirmam a importância do acompanhamento dos pais nas atividades digitais de seus filhos, filhas ou mesmo parentes.

As informações obtidas pela pesquisa TIC Kids Online Brasil são resultado do trabalho realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil que conta com a participação de representantes do Governo e da sociedade civil a fim de estabelecer as diretrizes do uso da internet no país. Ao total, foram entrevistados presencialmente 2.604 crianças e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, assim como seus pais ou responsáveis, em todo o território nacional. As entrevistas ocorreram entre junho de 2022 a outubro de 2022.

Na publicação “Riscos digitais relacionados à crianças e adolescentes”, o Security Researcher na ESET Brasil, Daniel Barbosa, destaca algumas das mais evidentes ameaças digitais direcionadas à crianças e adolescentes como criação de conteúdo sensual ou sexual, sextorsão, cyberbullying e engenharia social. Além disso, Barbosa também explica como os pais ou responsáveis podem contribuir para que as crianças adotem comportamentos mais seguros a fim de evitar serem vítimas de crimes ou golpes ao navegar pela internet.