Como consequência do período pandêmico e pós-pandêmico e do surgimento de novas tecnologias, como o PIX, muitos brasileiros passaram a utilizar ainda mais serviços digitais em diversas áreas, principalmente quando nos referimos ao setor bancário. A Federação Brasileira de Dados (FEBRABRAN) confirmou esta afirmação através do resultado da terceira etapa da pesquisa sobre Tecnologia Bancária produzida pela consultoria Deloitte.
Segundo o relatório apresentado pela Federação, o número de contas correntes abertas através de serviços digitais atingiu 10,8 milhões em 2021, um crescimento de 66% em relação ao ano anterior (6,5 milhões, em 2020). Com este aumento, pela primeira vez, o contas bancárias abertas em canais digitais superou o número de contas abertas via canais físicos no país.
Além disso, o documento, que contou com a participação de 22 bancos, representando 87% dos ativos do setor bancário no Brasil, também revelou que 7 em cada 10 transações bancárias são digitais, ou seja, realizadas pelo celular ou pelo internet banking. Mas no topo, estão as transações por mobile banking que tiveram um salto de 75% como consequência da forte adesão de usuários ao PIX. E ainda tendo em conta essa nova tecnologia, o relatório também apontou que, em 2021, foram realizados mais de 4,5 milhões de pagamentos instantâneos.
O documento também enfatiza os acessos e logins dos usuários aos serviços via smartphone. “Em 2021, cada cliente de mobile banking acessou o seu banco, em média, 40 vezes ao mês – praticamente o dobro dos 24 logins médios mensais registrados em 2020”, destaca o relatório.
Veja mais: Pix: como evitar eventuais golpes nessa nova ferramenta
Uma tendência que exige a atenção dos usuários
Esta nova tendência do uso digital de serviços bancários, que pode ser confirmada pelo crescimento no número de transações bancárias apresentado pela FEBRABRAN, exige atenção e conscientização dos usuários.
Com a consolidação deste comportamento, é cada vez mais comum vermos golpes circulando pela internet com o propósito de obter dados bancários das vítimas para a realização de crimes virtuais.
Recentemente, descobrimos uma nova campanha que se faz passar por uma operadora de serviços de internet e mobile com o propósito de instalar o trojan Grandoreiro no computador das vítimas para, em seguida, obter seus dados bancários. Por isso, é fundamental estar atento as boas práticas de segurança e a todos os golpes ou campanhas que podem estar circulando via e-mail, redes sociais ou páginas falsas.
Proteja-se!
Daniel Barbosa, pesquisador de segurança da ESET, dá algumas dicas para evitar cair em golpes bancários:
- Esteja alerta: se você receber um e-mail inesperado ou não solicitado, nunca responda, nem mesmo clique em links ou abra os anexos. Pode ser um golpe com o objetivo de infectar o seu dispositivo com um malware ou até mesmo um link que te direcionará a uma página de phishing que se faz passar por uma instituição legítima a fim de que você insira seus dados.
- Nunca informe detalhes de seu cartão por telefone, mesmo que a pessoa do outro lado pareça convincente. Pergunte de onde eles estão ligando e depois ligue de volta para a instituição a fim de verificar a informação e o procedimento.
- Não use a Internet se estiver conectado a uma rede Wi-Fi pública, principalmente se não estiver usando uma VPN. Não realize qualquer ação que envolva a inserção de detalhes de seu cartão (por exemplo, compras on-line).
- Não salve os detalhes de seu cartão de crédito ou débito em seu navegador, mesmo que isso lhe poupe tempo na próxima vez que fizer uma compra. Isto reduzirá muito as chances de seus dados de cartão serem obtidos caso a empresa ou plataforma sofra um incidente ou se um atacante conseguir sequestrar sua conta.
- Instale uma solução antimalware de um fornecedor confiável em cada um de seus computadores e dispositivos conectados à Internet.
- Ative a autenticação em duas etapas em todas as suas contas que tenham informações sensíveis. A autenticação em duas etapas reduz as chances dos atacantes poderem acessar suas contas, mesmo que tenham obtido seus dados de acesso.
- Somente faço o download de aplicativos através de lojas oficiais, como a App Store ou o Google Play.
- Se você estiver fazendo alguma compra on-line, realize a transação em sites com HTTPS (deve mostrar um cadeado na barra de endereço do navegador ao lado da URL). Isto significa que há menos chances de que seus dados possam ser interceptados.
- Monitore os movimentos de suas contas bancárias e cartões. Caso detecte qualquer transação suspeita, informe imediatamente ao seu banco. Alguns aplicativos permitem “bloquear” todos os gastos com cartões específicos até que o caso seja analisado.