Em meio a uma série de vazamento de dados envolvendo empresas no Brasil, um estudo realizado pela consultoria Marsh a pedido da Microsoft, revelou que apenas 16% das empresas entrevistadas aumentaram seu orçamento em segurança cibernética durante a pandemia. O estudo também destacou que 56% das organizações investem 10% ou menos de seu orçamento de TI em segurança cibernética.

Como já era previsto, tendo em conta o contexto provocado pela pandemia de Covid-19, 3 em cada 10 empresas brasileiras perceberam um aumento de ataques durante esse período. Para 25% das organizações entrevistadas no estudo, os ataques de engenharia social e de malware foram os que mais aumentaram; 24% também mencionam os ataques a aplicativos web.

O estudo também revela dados sobre o cenário de segurança cibernética na América Latina: mais de 30% das empresas perceberam um aumento nos ataques como consequência da pandemia, destacando o phishing como principal ameaça que atinge principalmente o setor bancário. A segurança no trabalho remoto só foi considerada como prioridade para 12% das organizações. Além disso, apenas 17% das empresas latino-americanas contam com seguro contra riscos cibernéticos.

Os resultados do estudo mostram como algumas empresas estão cientes do aumento de ataques e começaram a investir na implementação de controles para reduzir riscos, mas, indo na contra mão desse cenário, muitas organizações não tiveram a mesma percepção, desconsiderando a detecção de incidentes em um momento no qual os ataques de segurança cresceram significativamente.

O Security Researcher da ESET Brasil, Daniel Barbosa, enfatizou que, mesmo após a ocorrência de ataques, as empresas ainda têm dificuldade de reconhecer a importância do investimento em segurança. "A pandemia trouxe uma visão muito triste sobre diversos aspectos. Com relação a segurança da informação, empresas que sofreram com ataques ou exposições de dados, mesmo após a identificação desses incidentes, não buscaram melhorias de ambiente para se preparar contra futuros ataques. E, como sabemos, a chance de que incidentes aconteçam é cada vez maior”, disse.