Após o incidente com dados de 223 milhões de CPFs de brasileiros em janeiro deste ano, nesta semana tivemos mais um novo caso de “megavazamento”. Desta vez, mais de 100 milhões de brasileiros tiveram seus dados do celular expostos na Dark Web. De acordo com informações do site NeoFeed, confirmadas pelo Estadão, entre os dados vazados estão o número de celular do presidente Jair Bolsonaro, do jornalista William Bonner e da apresentadora Fátima Bernardes. Até o momento, não foi possível identificar os responsáveis pelo incidente, mas existem suspeitas de que os dados tenham sido vazados de duas operadoras de telefonia.
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) já destacou que trabalhará em conjunto com a Polícia Federal para investigar o incidente. Através de uma nota enviada aos meios de comunicação, a Autoridade destacou: "A ANPD está tomando todas as providências cabíveis. A autoridade oficiou outros órgãos, como a Polícia Federal, a empresa que noticiou o fato e as empresas envolvidas, para investigar e auxiliar na apuração e na adoção de medidas de contenção e de mitigação de riscos relacionados aos dados pessoais dos possíveis afetados".
O vazamento de dados foi descoberto pela empresa de segurança PSafe, que revelou que os criminosos teriam extraído as informações de duas operadoras de telefonia. A empresa também destacou que enviará um relatório sobre o caso à ANPD. Segundo informações da empresa de segurança, foram vazados 102.828.814 números.
O Security Researcher da ESET Brasil, Daniel Barbosa, destaca que nunca houve tantos vazamentos de dados importantes como os que estão acontecendo nos últimos tempos. “Se olharmos um pouco mais de longe é possível ver que este vazamento de dados telefônicos é um complemento para o vazamento de CPFs que aconteceu em janeiro deste ano. Qualquer pessoa que tenha acesso as duas bases pode ter informações cadastrais valiosas, além de um perfil de utilização do telefone”, explica.
“Criminosos experientes conseguem identificar padrões de uso, melhores momentos para um contato via telefone, citar pessoas conhecidas para aumentar a credibilidade e compilar os dados de vazamentos para uma abordagem ainda mais efetiva, ou até usar os próprios dados para solicitações de empréstimos, compra e venda de produtos e outros fins que tragam alguma vantagem financeira imediata. Todos nós precisamos aumentar ainda mais a atenção em qualquer tipo de abordagem que recebamos, independentemente de quão legítima ela pareça”, alertou Barbosa.
Barbosa também destacou que “caso precise validar algo ou entrar em contato com algum prestador de serviços, é imprescindível que isso seja feito de forma ativa, ou seja, que o consumidor entre em contato com a empresa pelos meios oficiais, e recuse qualquer tipo de contato que receba”, enfatizou.