O PIX tem ganhado um uso alternativo entre os usuários nas últimas semanas. Está sendo cada vez mais comum ver publicações como “Não me mande flores, me mande um PIX” ou “Aqui é ruim de conversar, anota meu PIX” nas redes sociais. Essas publicações começaram a circular por diversos motivos, mas principalmente por conta de um recurso que permite o envio de mensagens para quem vai receber a transação.

Alguns usuários começaram a aproveitar esse recurso para receber mensagens de algum “crush”, que, além disso, acabam enviando algum valor em dinheiro. Os internautas passaram a chamar essa nova prática de paquera de “pixtinder” ou mesmo “pixssexual”. No entanto, para a realização de transações via PIX, o usuário deve informar sua chave para a pessoa que pretende realizar a transferência de valores. O grande problema é que isso acaba ocorrendo de forma pública em perfis nas redes sociais, o que pode ocasionar o comprometimento de dados dos usuários.

Publicação de um usuário no Twitter.

Desde novembro do ano passado, o PIX passou a ser mais uma opção para a realização de transações financeiras de forma quase instantânea entre os usuários no Brasil, 24 horas por dia, sete dias por semana. A operação exige apenas que os usuários informem a chave de quem vai receber a transferência, sem a necessidade de inserir dados como agência, conta ou banco.

O pesquisador de segurança da ESET, Daniel Barbosa, alerta para os riscos da exposição desnecessária da chave do PIX nas redes sociais. “Ao iniciar um processo de transferência de valores através do PIX, o sistema exibe o nome completo do titular vinculado à chave e um fragmento do CPF, ou seja, isso pode fazer com que criminosos tenham mais facilidade de encontrar informações sobre possíveis vítimas e entrem em contato com elas posteriormente.

Publicação de um usuário divulgando a sua chave do Pix nas redes sociais.

A chave do PIX pode ser composta por informações como CPF, e-mail ou mesmo o número de telefone do usuário, apesar de também ser possível escolher a opção de “número aleatório”. Barbosa destaca que “se sua escolha de chave for o e-mail ou o próprio CPF, pessoas mal intencionadas já terão praticamente seu cadastro completo apenas ao ver sua publicação em uma rede social”.

Ainda segundo o pesquisador, o ideal é escolher a opção “número aleatório” e informar a chave apenas quando realmente necessário. “Mesmo que as pessoas tenham escolhido a opção “número aleatório” com o intuito de protegerem seus dados pessoais, elas podem estar correndo sérios riscos de segurança ao expor publicamente esse tipo de informação em suas redes sociais”, alertou.

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