A HBO, um canal de televisão por assinatura norte-americano bastante popular no Brasil, foi vítima de um ciberataque. Os cibercriminosos roubaram informações altamente valiosas, apesar da empresa não ter confirmado o conteúdo roubado, aparentemente foram episódios inéditos das séries Ballers e Room 104, e um roteiro do próximo episódio de Game of Thrones, intitulado The Spoils of War.
Em um comunicado reproduzido pela Entertainment Weekly, a empresa destacou: "Começamos imediatamente a investigar o incidente e estamos trabalhando com empresas de segurança pública e de segurança cibernética. A proteção de dados é uma prioridade máxima na HBO, e levamos a sério nossa responsabilidade de proteger os dados que possuímos".
Segundo o mesmo comunicado, os cibercriminosos garantiram ter roubado 1,5 terabytes de informações da HBO. Os primeiros informados sobre o incidente foram os jornalistas que receberam um email anônimo no último domingo (30), que dizia (tradução livre em português, respeitando a sintaxe original em inglês):
“Olá a toda a humanidade. O maior vazamento da era do ciberespaço está ocorrendo. Qual é o seu nome? Oh, me esqueci de dizer. É a HBO e y Game of Thrones……!!!!!! Vocês são sortudos, pois são os primeiros a testemunhar e a baixar as informações vazadas. Aproveitem e divulguem a palavra. Que se espalha bem, teremos uma entrevista com ele. HBO vai cair".
Como costuma ocorrer nesses casos, não está comprovado que os atacantes tenham efetivamente as informações que afirmam ter, e até agora não foram vazados nenhum dos capítulos de Game of Thrones.
Na maioria das vezes, esses ataques apenas tentam gerar uma certa “fama” para os grupos responsáveis, demonstrando as debilidades de segurança das grandes empresas ou, inclusive, tentar vender serviços de segurança.
Isso é o que fez, por exemplo, o grupo OurMine ao comprometer as conta de Mark Zuckerberg do Facebook, Sundar Pichai do Google e John Hanke da Niantic Labs.
E se observarmos o roubo e, consequentemente, o posterior vazamento de capítulos de séries, não podemos deixar de mencionar o caso do Orange Is The New Black. Em abril, um cibercriminoso afirmou que publicaria a nova temporada se a Netflix não pagasse o resgate, que até o momento não sabemos ao certo quanto seria. O pagamento não foi realizado e os episódios apareceram no Pirate Bay seis semanas antes do lançamento oficial.
Essa mesma pessoa, com o apelido de “thedarkoverlord”, também afirmou ter roubado outros shows de canais como Fox, National Geographic e ABC.
Também destacamos o caso mais recente da Disney, que recebeu a advertência de que algumas partes de um filme inédito seriam publicados se não pagassem um resgate em bitcoins.
Como destacou Stephen Cobb, pesquisador da ESET, Hollywood se tornou um novo alvo do cibercrime. Por isso, as produtoras e todos os fornecedores devem começar a ter em conta algumas formas de proteger a sua propriedade intelectual.
A HBO, a Netflix e a Disney possuem um ponto em comum que vai além de serem produtoras de grandes sucessos: são alvos de cibercriminosos. Portanto, essas e outras empresas do mesmo campo precisam observar que existem compromissos obrigatórios por parte de todas as instituições que participam de seus projetos de propriedade intelectual digital, e que devem auditar esse processo.
Ou seja, devem proteger suas séries e filmes em todo o processo de planejamento, produção e distribuição, e não só apenas em seus escritórios, como também em qualquer outro caminho pelo qual esses ativos possam percorrer durante todo o processo.
A série "Game of Thrones" está no ar em sua sétima temporada. No Brasil, os episódios são transmitidos pelo canal por assinatura HBO, nas noites de domingo.