A Deep Web não é nenhuma novidade, de fato, é um assunto bastante recorrente nos últimos dois anos. Porém, o que antes era algo comum para muitos se tornou um tabu, principalmente porque só se fala nas coisas “más” que podem ser encontradas lá.

Antes de definir se a Deep Web é boa ou má, é importante conhecer as suas características e possibilidades que oferece. Nessas alturas, a maioria das pessoas já sabem que a Deep Web é utilizada para navegar anonimamente – por questões de privacidade ou para cometer crimes. Perceberemos que, como com qualquer ferramenta, saber se é algo conveniente ou não vai depender da sua utilização.

O que é, de fato, a Deep Web?

A Deep Web nada mais é do que a parte da Internet ainda não indexada por buscadores, o que significa que a única forma de chegar a essa informação é conhecendo a sua localização exata. As razões para não indexar um site podem ser várias, mas não todas são ilegais. Uma empresa poderia preferir que uma página de acesso a um serviço web próprio não seja de conhecimento geral na Internet.

Por outro lado, as páginas que costumamos visitar utilizam o protocolo http, mas é importante saber que existem outros protocolos através dos quais é possível acessar informação na Internet. É o caso, por exemplo, dos FTP, que permitem a transferência de arquivos e, mesmo não estando associados a uma página web, permitem o acesso a informação que muitas vezes não está indexada em buscadores web.

O que podemos encontrar na Deep Web

Sempre que ouvimos falar da Deep Web, a primeira coisa que vem à mente são coisas ilegais, mas é importante entender que com a quantidade quase inimaginável de dados que existem lá, os tipos de informação que existem também seria algo difícil de imaginar.

Devido a quantidade de informação que existe e ao fato dessa informação não estar indexada, é difícil classifica-la, poderíamos dizer que a Deep Web contém uma grande quantidade de informação multimídia, documentos, sites privados, sites com restrições de acesso por questões de segurança, conteúdo com malware e até material que pode variar dependendo do tipo de acesso, o que é conhecido como web contextual.

Agora, existe uma realidade: devido aos escândalos contínuos que estão relacionados com a violação de privacidade de dados em muitos sites, a possibilidade de publicar informação sem que a mesma seja indexada é muito mais atraente.

É muito importante que, como usuários de tecnologia, entendamos o que é essa parte pouco acessível da web, e que as características de anonimato presentes abrem as portas para atacantes.

O “perigo” de navegar pela Deep Web

Antes de mencionar os perigos que podemos encontrar, é importante entender que o acesso a essa informação é um pouco mais difícil para usuários menos curiosos. O processo não é tão simples como abrir o navegador web e ir ao nosso buscador preferido para encontrar o que procuramos, e isso a transforma em um terreno pouco explorado, sem muito controle e que contém uma série de riscos para quem não toma as precauções necessárias.

Algo que podemos afirmar é que a navegação através do uso do Tor é mais segura do que a convencional, e que contar com um software de segurança atualizado é indispensável, já que sabemos que não existe um controle eficaz do que é publicado nesse ambiente, mas quando somos cuidadosos com que informação vemos e baixamos, mitigamos os riscos mais importantes.

É importante também entender que o acesso a essa informação (muitas vezes ilegal) nesses repositórios, dependendo de nossa localização geográfica, pode ser considerado um delito.

Grandes quantidades de informação

Não tudo o que encontramos na Deep Web é malware nem ilegal. Como mencionamos anteriormente, esse pouco explorado repositório de informação contém uma enorme quantidade de dados que vão desde notícias, fóruns de discussões, hemerotecas, recompilações de dados históricos...artigos de temas variados que poderiam facilmente ocupar uma biblioteca inteira.

É importante entender quais são as características desses serviços. A tecnologia e as ferramentas existem e não podemos ignorar a sua existência, já que essa atitude é ainda mais perigosa.

Vivemos em uma época na qual temos uma facilidade para acessar grandes quantidades de informação, e a forma com a qual disfrutamos os seus benefícios depende da responsabilidade com a que a utilizamos.