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No último dia 21 de junho, Mark Zuckerberg, o CEO do Facebook, publicou uma mensagem na rede social para celebrar um novo recorde do Instagram. A plataforma para compartilhar fotos e vídeos, propriedade da empresa de Zuckerberg, comemorava mais de 500 milhões de usuários ativos por mês.

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Post de Zuckerberg no Facebook. Imagem: Facebook

Zuckerberg escreveu: “Esta é uma homenagem à visão de Kevin Systrom e Mike Krieger, e a todas as pessoas que têm aberto uma janela para o seu mundo: desde grandes eventos a momentos cotidianos. Obrigado por fazer do Instagram um lugar tão bonito”.

Até aqui tudo parece normal e sobram motivos para que a estrela da rede social esteja feliz. No entanto, este momento transcendental ficou rapidamente em segundo plano. Por que? Além de mostrar Zuckerberg com um quadro que simula uma foto do Instagram, a publicação apresentava uma situação muito interessante.

Pode até ser que pareça algo bastante rudimentar. No entanto, bem atrás de Zuckerberg, sobre uma mesa, é possível ver uma MacBook pessoal (provavelmente seja dele), que conta como uma fita adesiva, cobrindo tanto o microfone como a webcam. Na verdade, essa imagem provocou uma grande comoção online.

Insegurança em webcams: um problema muito real

A compreensão coletiva da segurança cibernética está melhorando de forma lenta, mas com grandes resultados. Isso é algo positivo, já que a ameaça do cibercrime também cresce dia a dia. Tanto é que os profissionais de segurança e certas autoridades tem admitido que estão bastante preocupadas com este rápido crescimento.

No entanto, definitivamente, ainda falta conscientização entre os usuários de computadores. Uma das consequências positivas que teve a publicação viral de Zuckerberg no Facebook é que aumentou o resgatou a consciência sobre a segurança em webcams e outras vulnerabilidades associadas, que há pouco tempo tem se convertido em uma área de preocupação real nos círculos fora do setor de segurança informática.

Por outro lado, na Internet de hoje, onde tudo está muito mais conectado por meio da Internet das Coisas, esse problema será cada vez maior. Por isso, é importante que aproveitemos este súbito incremento que está recebendo a segurança para webcams, por cortesia do pioneiro nas redes sociais.

 

Tudo começou com um café

A origem da webcam é surpreendentemente peculiar. Alguns pesquisadores da Universidade de Cambridge no Reino Unido queriam assegurar-se de que sempre poderiam tomar uma xícara de café com o menor esforço possível. Como muitas pessoas trabalhavam em diferentes andares, encontrar um pouco de café na cafeteira era questão de sorte: a cafeteira estava em uma sala e não era visível para a maioria das pessoas. Portanto, quando iam tomar café, a cafeteira poderia estar cheia, vazia ou em algum ponto intermediário.

Isso era muito incômodo para os pesquisadores, por isso, alguns decidiram colocar uma webcam no quarto para vigiar o estado da cafeteira. Desta forma, todos as equipes da Universidade que estivessem interessadas poderiam ver se havia café por meio da rede informática interna. No entanto, isso foi apenas o começo: o grande avance para a web chegou em novembro de 1993, quando o Dr. Martyn Johnson criou um script com as imagens capturadas.

A BBC disse há alguns anos: “E assim foi como a imagem granulada de uma suja cafeteira em um laboratório universitário entrou para o folclore da ciência informática como parte essencial da primeira webcam do mundo”.

 

As vulnerabilidades nas webcams

Como já esperado, essa tecnologia, que desde aqueles tempos tem evoluído para oferecer conversas de vídeo online, conferências remotas e videologs, começou a atrair a atenção dos cibercriminosos. Por exemplo, se é possível instalar uma ferramenta de acesso remoto, é possível dar aos atacantes um alto grau de “acesso” a casa e aos aspectos mais íntimos e cotidianos da vida de um usuário.

Da mesma forma que ocorre com a maioria dos malware que conseguem seu objetivo, a vítima em geral não se dá conta de que algo anda mal; ou seja, os cibercriminosos podem espiar as pessoas em uma localização remota com a tranquilidade de saber que ninguém irá suspeitar. E tudo por culpa de uma tecnologia que agora é parte integral do smartphone, do tablet ou do computador pessoal.

Assim como Graham Cluley, analista de segurança independente, alertou no ano passado: “Praticamente todos os equipamentos que são vendidos na atualidade vêm com um pequeno segredo: podem espiar aos usuários. Além disso, se os atacantes conseguem infectar seu equipamento com malware, podem sequestrar sua webcam e observar sem que você se dê conta”.

No entanto, em alguns casos, os atacantes deixam que as vítimas saibam que estão sendo vigiadas. Por que? Algumas vezes, pode ser uma conduta desviada, como foi possível ver no caso que alertou Graham Cluley de Cassidy Wolf, uma modelo estadunidense que foi coroada Miss Teen USA, em 2013. Em outros casos, tem a ver com a extorsão, ameaças de publicar fotos íntimas caso a vítima se recuse a pagar o resgate.

 

Siga o exemplo de Mark Zuckerberg!

Portanto, é evidente que devemos prestar mais atenção a segurança para webcams. É muito importante saber o que devemos buscar e o que devemos fazer, já que pode exercer uma enorme diferença diante de uma situação como essa.

“Imagine que você esteja trabalhando em seu computador portátil e de repente a luz verde ao lado da webcam pisca por um segundo e imediatamente desliga”, alertou Ondrej Kubovič, especialista em segurança da ESET. Você ignoraria ou se preocuparia para saber se pode ser algo mais sério?

O mais importante é que, quando se trata de segurança para webcam, devemos ser proativos: por exemplo: trocar a senha de fábrica, já que do contrário será muito mais fácil que os cibercriminosos possam obter acesso.

Como disse Mark James, especialista em segurança da ESET: “Aqui, o ponto chave é a educação: o usuário final deve ser plenamente consciente de que existe uma senha de acesso (de fábrica) e que as instruções para modificá-la são bem simples”.

Outra dica é cobrir a webcam (isso requer que o usuário tome a iniciativa). Embora pegar um pedaço de fita seja útil, como fez Zuckerberg, é provável que prefira inverter em algo que seja mais profissional (e fácil de usar). Deste modo, simplesmente cubra a webcam quando não esteja em uso.

Vivemos em um mundo no qual as inovações tecnológicas estão transformando e melhorando a forma na qual vivemos. Os smartphones nos permitem fazer todo tipo de coisas em qualquer lugar, as tecnologias inteligentes nos permitem nos comunicar com geladeira e carros, e as webcams nos dão a oportunidade de ver a nossos amigos, familiares e colegas de trabalho, por mais longe que estejam.

No entanto, ao mesmo tempo, os cibercriminosos sempre estão buscando uma forma de se aproveitarem das tecnologias, ou seja, que nossa geladeira, nosso carro e, inclusive, nossa webcam sejam vulneráveis a todo tipo de ataque. No entanto, com um pouquinho de esforço, uma solução de segurança instalada em todos os dispositivos e um pouco de atenção, é possível manter essas ameaças bem longe e aproveitar todos os benefícios que os equipamentos mais modernos podem oferecer.

 

Autor: Editor, da ESET.