De vez em quando há uma nova história que envolve meninas adolescentes enganadas ou chantageadas para que enviem fotos comprometedoras de si mesmas a seus assediadores. Durante os últimos anos, o FBI tem estado alerta sobre o crime “Sextorção”, afirmando que estão aumentando.

Se você perguntar para várias pessoas sobre este termo, com certeza a maioria irá fazer um olhar de estranhamento. O que é a sextorção e como prevenir-se? Há dois tipos de comportamentos presentes neste crime:

  • Baseados na confiança

Com esta tática, os cibercriminosos se aproveitam do anonimato da Internet para enganar e conseguir a confiança das vítimas, de maneira que revelem seus dados pessoais ou enviem imagens íntimas. Em seguida, usam o material para forçar as meninas a mandarem mais fotos comprometedoras.

  • Baseados em malware

Esta é a tática dos espiões de câmera web, e implica infectar a vítima com um malware que se executa de forma despercebida. Neste caso, sem querer, a jovem termina fornecendo imagens que o criminoso usa para chantageá-la e para pedir mais fotos comprometedoras.

A sextorção é um crime bastante novo, por isso, ainda não há estatísticas para saber que tão prevalente é exatamente. No entanto, considere o caso de um jovem de 25 anos que acaba de ser acusado por um juiz federal com casos de exploração sexual de menor, recepção e distribuição de pornografia infantil.

Segundo os documentos da Corte, durante os últimos oito anos, este sujeito usou o Facebook, Kik Messenger e Text Me!, além de contas do Yahoo! e Dropbox para “se comunicar com dezenas de meninas menores ao redor dos Estados Unidos, enquanto se fazia passar por uma jovem”.

Depois de estabelecer comunicação com as jovens, algumas tão novas que tinham apenas 13 anos, “ele ameaçava revelar imagens sexualmente explícitas de suas amigas a menos que as vítimas lhes enviassem imagens de si mesmas nuas ou participando de condutas sexualmente explícitas”. Uma menina foi enganada a tal ponto que postou mais de 600 fotos íntimas de si mesma em uma conta do Dropbox controlada por este homem.

Apesar de ser algo que pode ocorrer com pessoas de qualquer gênero e idade, e todos deveriam proteger-se da mesma forma, as adolescentes as vítimas mais frequentes. Os assediadores também podem ser de qualquer gênero e idade, mas a forma como o crime é realizado é a mesma.

Seguem algumas dicas para que você possa proteger e cuidar das crianças com relação a este tema:

1. Cubra a câmera web

O mais simples e econômico que se pode fazer é colocar um adesivo removível ou uma fita opaca sobre a webcam quando não esteja usando-a. Também é uma boa ideia desconectar as que não estão integradas, sempre e quando não precise delas.

Além disso, você também pode desligar computadores e fechar laptops quando não precisar usá-los.

2. Supervisione o uso dos computadores e dispositivos das crianças

Outro truque que não custa absolutamente nada, mas tem um enorme impacto é instruir às crianças para que mantenham os computadores e tablets em áreas comuns, onde um adulto responsável esteja presente.

Os smartphones são um pouco mais complicados, pois podem ser levados consigo todo o tempo, aonde quer que seja. Idealmente, é melhor ensinar-lhes desde pequenos quando é apropriado enviar fotos.

No entanto, como qualquer pai de um adolescente pode te dizer que é uma idade na qual o cérebro ainda não é completamente capaz de planejar as futuras consequências dos atos ou controlar os impulsos. Por isso, desabilitar a câmera no sistema operacional do telefone ou usar um software para o controle parental pode ser uma boa ajuda.

3. Aplique a segurança em camadas

Todas as coisas que os especialistas em segurança costumam dizer se aplicam aqui também, principalmente sobre o uso das senhas fortes. Verifique com o remetente antes de abrir anexos inesperados. Atualize seu software imediatamente. Use um firewall e uma solução de segurança.

Lembre-se que alguns ataques de malware são direcionados, o que significa que os criminosos podem personalizar suas ferramentas para que programas anti-malware mais simples não os detectem, e as vítimas sejam mais propensas a morder a isca.

Não presuma que a tecnologia te protegerá por si só; você também deve fazer sua parte para proteger-se.

4. Fale com seus filhos

Da mesma forma, para proteger as crianças de assediadores online, é importante manter uma linha de diálogo aberto com elas. Tente fazer com que saibam que poderão conversar com você, sem medo nem repressões, ou expresse verdadeiro interesse por suas atividades online.

5. Vá à polícia, não às escolas!

Em alguns casos, a pessoa que realizou a sextorção também é um adolescente. No entanto, este é um crime, que vai além da idade de quem o pratica. Além de ser um tipo de extorsão, também pode ser processado como possessão de pornografia infantil se a vítima é menor, e também pode ser considerado como “vingança” em algumas jurisdições, se a vítima for um adulto.

Relate qualquer destas atividades à polícia local primeiro, não à escola na qual a criança frequenta. Não é o trabalho de educadores ou administradores lidar com o crime; ter ou trocar fotos de uma pessoa (especialmente um menor) sem seu consentimento é um assunto muito sério, que deve ser tratado pela polícia.

É importante notar que a sextorção não é necessariamente um crime sexual; se trata de exercer poder sobre vítimas. Os adolescentes com uma boa autoestima e um bom ambiente de apoio estão menos propensos a submeter-se a demandas de extorsão.

Se você agir como um suporte para os seus filhos, é muito mais provável que não sejam afetados, ou que relatem qualquer atitude malicioso antes que haja danos a lamentar.

Para mais informações, acesse ao nosso Guia de Segurança para Pais.