Os cibercriminosos voltaram a utilizar recursos prometidos para o WhatsApp com o intuito de criar novos ataques. O golpe não é novo e trata-se de falsas campanhas para convencer aos usuários do aplicativo a se registrarem em serviços pagos não-solicitados e a realizarem o download de aplicações maliciosas.
Desta vez, o pretexto da campanha é a suposta nova funcionalidade de videochamadas do WhatsApp. A novidade vem sendo divulgada desde maio, no entanto, ainda não foi oficialmente lançada pela companhia.
O Golpe
Para atrair novas vítimas, estão sendo compartilhadas mensagens de Whatsapp com a divulgação da nova funcionalidade.
A fim de tornar o golpe mais convincente, os cibercriminosos colocaram o domínio do WhatsApp no foto thumb do compartilhamento e registraram um domínio falso terminado com “whatsapp.com”.
Quando o link é acessado, a vitima é levada a uma página que apresenta um botão de “Ativar Videochamadas”.
Ao pressionar o botão de “Ativar Videochamadas”, uma barra de carregamento é apresentada, informando que o servidor está sendo contatado e mostra o avanço dessa execução, mas nada (de fato) ocorre.
Ao completar a barra de carregamento, inicia-se a viralização do golpe. Nesta etapa, a vítima é informada de que para ativar a videochamada deve compartilhar o link com 5 amigos e 5 grupos.
Caso o compartilhamento não tenha sido concluído, ao clicar no botão “Ativar Videochamadas”, é apresentada uma mensagem informando que é necessário convidar mais amigos.
Ao realizar os compartilhamentos, o navegador da vítima é redirecionado para diferentes páginas através de um link de rotor de anúncios. Para cada acesso, uma página diferente é apresentada, dependendo da parametrização da campanha de anúncio.
No caso deste golpe, as páginas do rotor de anúncio eram frequentemente utilizadas para o download de diferentes aplicações, tais como navegadores e toolbars – sendo algumas dessas aplicações classificadas como PUA.
Quando o download é realizado, o cibercriminoso responsável pelo golpe recebe uma comissão. Portanto, é importante estar atento para não baixar aplicações potencialmente indesejadas, acreditando que se trata de uma suposta nova funcionalidade e terminar ajudando o fraudador a tornar o golpe cada vez mais lucrativo.
Semelhanças com o golpe dos novos emoticons românticos
O golpe das videochamadas possui muitas semelhanças com a fraude que publicamos anteriormente sobre os novos emoticons românticos, também para Whatsapp. Desta vez, os cibercriminosos continuam utilizaram a mesma plataforma de publicidade, aproveitando a mesma falha de segurança.
Assim como no caso anterior, o registro do domínio utilizado foi realizado por meio do Domains By Proxy, a fim de resguardar a identidade dos idealizadores do golpe.
Há também alguns trechos de códigos semelhantes, além de repetir o padrão de nomes de algumas funções também utilizadas no outro caso.
Desta forma, esta nova falsa campanha de WhatsApp repete o seguinte modo de operação anterior:
- Criação do rotor de anúncio na plataforma de publicidade.
- Criação do domínio com proteção de anonimato.
- Viralização através do WhatsApp.
- Redireção para páginas de download de aplicações ou inscrição de serviços não solicitados.
Contramedida da plataforma de publicidade
A falha de segurança que permite fraudar a plataforma de publicidade é a utilização de um link fixo para a campanha, permitindo um número ilimitado de conversões. Dessa forma, o fraudador pode promover um único link para obter o maior número possível de vítimas e ser recompensado por cada conversão.
Para combater esse tipo de fraude, outras platafomas de publicidade, como o Google AdWords, atrela cada link a uma conversão através do parâmetro gclid na URL. Assim, a fraude já não se torna mais lucrativa, pois se o link não é alterado na campanha de viralização, ele irá proporcionar um número limitado de conversões.
Cuidados com o WhatsApp
A prática de phishing é utilizada por cibercriminosos há bastante tempo e agora vemos uma variedade maior de canais utilizados, como SMS e, neste caso, o WhatsApp. Assim, o uso do aplicativo também deve empregar as precauções tomadas para a utilização de emails.
É necessário estar sempre atento para não clicar em links desconhecidos, principalmente quando estão relacionados a temas demasiadamente chamativos. Procure também evitar o compartilhamento desse tipo de campanha e, para estar protegido, utilize uma solução de anti-phishing no dispositivo mobile.
Leia também algumas dicas de segurança para proteger seu WhatsApp.