Atualmente, temos observado um fenômeno de protestos virtuais que cresce cada vez mais, protagonizado pelo Anonymous, grupo de hacktivistas que se encontram espalhados por diversos países, unindo forças para lutar e realizar ataques virtuais com fins ideológicos.
O fechamento do site Megaupload pelo FBI e os debates gerados nos últimos anos sobre os direitos autorais em alguns países provocaram um grande número de atividades por parte do Anonymous, que se opõe enfaticamente ao fechamento do serviço de armazenamento de arquivos, como também a instituições, personalidades ou empresas que, de alguma forma, tenham explicitado seu apoio sobre algum tipo de regulação desta natureza.
Demonstrando que não descansam nem nos finais de semana, Anonymous surpreendeu com a publicação de informações pessoais de Robert Muller, diretor do FBI. Os dados vazados correspondem a nomes de familiares, números de telefone e endereços de e-mail de Muller.
Em seguida, foi a vez da Sony Music Entertainment, gravadora que, segundo os hacktivistas, apoia a regulação sobre material com direitos autorais. Por esse motivo, foi atacada pelo Anonymous durante o fim de semana, quando o grupo conseguiu obter material de vários artistas da companhia, como Madonna, Justin Timberlake, AC/DC e outros. Todas essas discografias foram organizadas em ordem alfabética, por artista e ano de lançamento, para ser disponibilizada aos usuários da Internet. Também publicaram alguns filmes da multinacional japonesa lançados entre 2000 e 2011, como Missão Impossível 4.
Depois, miraram suas armas contra portais latino-americanos, atacando o site do cantor e apresentador peruano Gian Marco, que ficou completamente inacessível por determinado tempo durante o último sábado. Além disso, conseguiram derrubar o portal da Câmara Argentina de Produtores de Fonogramas e Videogramas (CAPIF), como outra forma de exercer pressão.
Nesta segunda, o grupo também causou a inoperabilidade de vários sites da Polônia como o do Parlamente e o do Primeiro Ministro do país, que estão discutindo temas relacionados ao controverso assunto.
Somado a tudo isso, o Anonymous lançou uma campanha com o nome Black March 2012, que vai além dos ataques virtuais, convidando os usuários a não irem ao cinema, baixar músicas inclusive de forma ilegal, não comprar DVDs, videogames ou mesmo livros e revistas. Também afirmam que estão trabalhando em uma “grande operação” sobre a qual não foram informados maiores detalhes.
Independente da postura que se tenha sobre o hacktivismo, as regulamentações sobre direitos autorais e a possível censura que pode ser aplicada à Internet, o usuário deve ficar atento aos riscos, que não são exclusivos do mundo físico. Por esse motivo, é preciso tomar cuidado com sites, e-mails, resultados de buscas ou mensagens de redes sociais que abordem esses assuntos tão em voga, devido à alta probabilidade de que utilizem toda essa situação como técnica de engenharia social. É possível que surjam ameaças virtuais que façam falsas alusões a essas notícias com a intenção de propagar malware.
Por fim, lembre-se de contar com uma solução antivírus com capacidade de detecção proativa para evitar ou reduzir o efeito de qualquer tipo de código malicioso.
André Goujon
Especialista em Awareness & Research